terça-feira, 13 de novembro de 2007

Coração vazio, sertão quente. Canário bom, homem da gente.


Coração vazio, sertão quente. Canário bom, homem da gente.

No azul do lajedo
Que reflete a limpidez do céu
Permanece seco o arvoredo
Onde assenta o canário meu

Soltei o bichinho da gaiola
Pois me partia o coração
De manhazinha catava todo tristonho
Era o aperto e falta de companhia da prisão

À frente ele não achará milho pisado todo dia
Nem água limpa para se banhar
Mas tem o horizonte até perder de vista
E pode, pra onde quiser, levar seu canto

Da árvore seca e amarela olha assustado a sua volta
Parece não acreditar que sumiu as tariscas da gaiola
Olha só, não sabe pra onde ir de tanta alegria,
Quando pisco o olho, ele bate as asas e vai embora.

O lajedo azul ferve ao sol do meio dia
O canário, que nunca foi meu, retomou o seu destino
A gaiola na parede agora vazia
E de hoje em diante se passarinho pra mim cantar,
...vai ser canto de alegria!