terça-feira, 29 de abril de 2008

Mito do Homem-medo

Vejo o mundo nos olhos distraídos
dos pedestres que passam pelas ruas
as máscaras em forma de vida
assustadas defendem uma liberdade que não é sua

E os tiros, as mortes, as chacinas
narradas todo dia pela mídia
fazem tremer as pessoas que passam pela vida
e justificam a liberdade arremetida!

E a ilusão cresce, por segurança,
e a população pede, por vingança.
o medo do fraco é disfarçado
massacrando o bode expiatório!

Mas precisamos de mais segurança!
precisamos não morrer!
Pois, são por nossas próprias mãos
que esse sistema deve crescer!

Assim, o homem criou o medo
e também criou a mídia.
E a mídia se tornou grande, e controlou o medo

Hoje o homem vive, pensa e compra
em função desse medo, criado pela mídia,
que divulga, amedronta e doma
recriando o homem a cada dia.

EU QUERO FALAR




EU QUERO FALAR


O principio constitucional da ampla defesa é um direito fundamental humano. Avanços tecnológicos e catástrofes sociais são variáveis que influenciam diretamente a proteção desses direitos. O advogado tem papel inafastável na concretização do direito fundamental da ampla defesa.
O principio constitucional inserido no artigo 5º, LV, da Constituição Federal Brasileira descreve um direito inerente à qualidade de pessoa, que não pode ser privado nem ao pior dos criminosos. Estou falando do principio constitucional da ampla defesa. A ninguém é exigido, ou imposta a renúncia da sua defesa. A defesa é um pressuposto essencial à idéia de justiça.
Graças a Hegel e sua dialética um mínimo de eqüidade e justeza na procura da verdade necessita de uma tese, uma antítese, para se ter então uma síntese, substrato dessa verdade pretendida. A antítese num processo jurídico seria garantida pela defesa. Mas não basta que haja qualquer defesa, a defesa tem de ser válida, o que pressupõe capacidade de influência na decisão. Não se pode ter um resultado obtido por pré-julgamento, somente nessa hipótese se dispensaria a defesa, o que é incabível. Ora, se a defesa não tem capacidade de influir na decisão final logo essa defesa não é válida, não é ampla. A ampla defesa permite que as partes e suas verdades lutem em pé de igualdade. Afinal, como dizia Nietzsche a verdade é relativa, entendida como sendo uma preposição propalada por um emissor e aceita como verdadeira por um receptor.
A ampla defesa era dispensada nos tempos anímicos em que o homem julgava de acordo com o seu bel prazer, sem se importar com verdades, com direitos ou com as conseqüências dessas sentenças. Nessa forma, muitas e muitos inocentes foram queimados, cabeças foram degoladas e outros tantos apedrejados.
Hoje em dia, o mínimo de respeito à qualidade do ser humano em um processo de conhecimento de determinado fato, prescinde a ampla defesa como substância essencial de tal processo.
O advogado tem papel essencial na efetivação da justiça. Ecoa tão uníssono esse pensamento que há previsão Constitucional nesse sentido (art. 133). O advogado de defesa, muitas vezes visto como o “advogado do Diabo” é, pelo que foi arrolado acima, figura indispensável para a efetivação da justiça. Ouso afirmar que se houver um processo Divino o “advogado do Diabo” terá seu lugar garantido, como pressuposto de Justiça. Os processos em que a verdade é proclamada sem chances de defesa, é no mínimo um processo covarde.
O advogado além de ter direito a defender a sua verdade, terá de oferecer uma verdade convincente, pois a defesa tem de ser ampla. Até mesmo o pior dos crimes tem de observar o direito fundamental à ampla defesa, para que possa por meios minimamente justos ser obtida uma decisão satisfatória.
O advogado figura como ser competente para fornecer a pessoa acusada, que necessita de defesa técnica e capaz, a ampla defesa, podendo assim influenciar a decisão judicial.
Logo, a menos que queiramos voltar aos tempos da barbárie, temos que admitir a presença dos profissionais que animados pelo lucro, convicções ideológicas ou pessoais, figuram como peças essenciais à construção da Justiça. Portanto, amigos e amigas, não mais queimaremos como Judas, que, aliás, nunca teve ampla defesa, os advogados que defendem as suzane ristofes ou os alexandres nardones que possam surgir por ai.

quinta-feira, 24 de abril de 2008


O PODER DA VONTADE



Nos tempos atuais de indefinição humana não há como ter segurança. O homem nunca foi previsível, mas agora ele testa, de formas nunca vistas, os seus limites de criatividade. Acontece que essa criatividade nem sempre é benéfica ou imposta para um bem social. Viver criticamente passa ser uma experiência intrigante, relativa e perigosa.
O ser humano é inexato por natureza, a sue incompletude é o que faz ele ir a diante, é o buscar interminável para se compreender, a busca do fechar do ciclo e, então assim, poder regular e comandar seu próprio caminho. Nessa caminhada incessante o homem avançou as águas desconhecidas, caminhou por terras inabitadas, avançou para o espaço, e hoje o universo não parece mais um objeto singular. Filosofou, estudou, teorizou e profetizou tudo que estava a seu redor. Por essa busca, o fechar-se do ciclo, o homem se lançou para dentro de si, se conheceu anatomicamente, se encantou por sua mente, analisou comportamentos e definiu papéis para os seres inseridos em um meio social. Continuou filosofando, estudando, teorizando e profetizando sobre tudo que lhe perturbava a alma. O ser humano lutou tanto para chegar a conclusão que ele não tem capacidade de autodefinição, o homem é ilimitável, o homem é inconstante, inengessável!
Dessa premissa, ao mesmo tempo maravilhosa e atormentadora, decorre todo esforço humano atual: exercitar ao máximo sua criatividade frente ao mundo. Essa busca insaciável é o meio que o homem busca para dar sentido a seu existir. Não há limite para o buscar, não é necessário um objeto para se buscar, o caminhar se tornou fim em si mesmo. O homem inventa, reinventa e nega tudo que existe numa velocidade nunca antes percebida, o homem controla, destrói e constrói em proporções nunca sonhadas a um século atrás. A vida é uma linha constante de inseguranças.
Dessa insegurança surge o medo. Desse medo surge as catástrofes humanas, não é mais possível delimitar o poder do homem para praticar o bem, nem o mal. Definimos o bem como sendo algo aceitável e aproveitável para a sociedade, o bem em seu viés social, e o mal como sendo a negação do bem, a saber: as condutas inaceitáveis e que impede a harmonia da sociedade. O homem inseguro é um homem em pânico. Mas, não há como mudar essa perspectiva do risco e do inseguro na realidade atual, portanto o homem tem que mudar sua capacidade de autocompreensão e autocontrole. Por isso mesmo, viver criticamente passa a ser uma experiência intrigante, relativa e perigosa.
Os limites não existem, portanto o homem inseguro e livre é capaz de fazer tudo. Desde um ato heróico, um fato milagroso a um crime brutal fora de qualquer precedente psicopata. Nesse ponto se encaixa o poder da vontade, o homem pode ser um santo ou um demônio, amar ou odiar, viver ou morrer depende apenas da direção tomada pelo seu poder de decidir de acordo sua vontade. Por isso, a importância em tempos de crise de desenvolver o bem moral, ou seja, aquilo que se deve fazer para não prejudicar o próximo e que venha a somar algo de positivo para a sociedade. Esse é o objeto da Moral. O desenvolvimento da moralidade une as duas grandes propulsões epistemológicas humanas: o conhecer o mundo e o conhecer a si próprio. A moralidade é o elo de junção entre o mundo que existe fora de si e o mundo que as pessoas criam.
Nesses termos, podemos afirmar, que a indefinição humana despertou o ser humano para o progresso, aos poucos, descobriram q esse caminhar não tem fim. A problemática surgida para justificação da existência humana é suprida com o exercício criativo de sua liberdade. Deve-se guiar o poder da vontade através do desenvolvimento da Moral. Somente assim podemos encarar o desenvolvimento da moral como algo seguro para todos.