sábado, 13 de junho de 2009

Em um feriado...



Feriado do dia 11 de junho, dia de finados, seguido do dia dos namorados, 12 de junho, e dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro, dia 13 desse mesmo mês. Essas datas cumuladas formaram um fim de semana especial. Especial em reflexões. O feriado abriu um leque de possibilidades para atuação, pois sobrou tempo, porém a forma de atuação depende da circunstancia pessoal de cada um. Alguns aproveitaram para passar horas refletindo no que dar de presente para a pessoa querida na data especial, pois, devido ao corre-corre do dia-dia, sobrou apenas a véspera, quando não o próprio dia, para pensar numa lembrança. Outros organizaram as contas, alguns as desorganizaram ainda mais, com gastos superficiais; houve quem colocou o estudo em dia, e também aqueles que jogaram os livros pra cima, e preferiram iniciar o fim de semana numa mesa de bar, ou até, em uma viajem rápida e, para muitos, romântica.
O certo é que o fim de semana, particularmente, me fez pensar. O dia de finados me lembrou a multidão de vítimas mortais do nosso dinâmico sistema de vida. Vítimas de acidentes, como as do misterioso vôo 447; vítimas da guerra do tráfico, aliás, vítimas da ausência de nosso Estado; vítimas da violência somada a nossa falta de vontade em aprender; vítimas da impunidade; vítima da falta de justiça; vítimas da falta de amor. Enfim, no dia de finados, lembrei daqueles que se foram, quando poderiam, de alguma forma, estar aqui ainda.
E, para quebrar esse clima mórbido, e desolador, esse sentimento de impotência e de desconhecimento de nossa natureza humana, veio o dia dos namorados e, curiosamente, martelaram sobre minha cabeça pensamentos relacionados a esse misterioso gostar dos dias de hoje. Não podemos, nem de perto, considerar que pensamentos sangrentos e frios, como o das vítimas do dia de finado, guardem relação àqueles relacionado à confusão que se tornou a compreensão dos relacionamentos de hoje em dia. Podemos? Vejamos: namorar, ficar, flertar, queixar, choriçar, tudo hoje é mais sutil e engendrado que a antiga tríade da afetividade de outrora: namorar, noivar e casar. E, justamente, o dia doze de junho, comemora-se o dia do enamoramento, o dia dos namorados, e namorar tem todas as suas peculiaridades que distinguem do noivado e do casamento, como Artur da Távola brilhantemente um dia nos apontou. A fase do namoro era antigamente a fase mais apaixonante, mais livre e mais cheia de pequenas "loucuras" de amor. Porém, hoje a coisa muda um pouco, assumir um namoro hoje em dia é prestar um contrato de confiança que poucos têm a coragem de assinar. Mais uma vez, o pensamento que começara um pouco mais colorido se esvai, pensei novamente nas vítimas, aquelas que ficam excluídas desse imbricado e arriscado contrato de confiança dos dias de hoje, sem garantias, sobra insegurança. Sem garantia de onde estaremos amanhã; sem garantia de que podermos ir para onde for o nosso afeto, afinal essa é a definição mais simples da palavra companheiro; sem garantia de que podemos dar segurança a nosso amor, não há namoro. Mais uma vez me encontrei perplexo, perplexo por aqueles que não puderam presentear ou serem presenteados nesse dia 12, não por falta de condições financeiras, mas por não ter confiança o bastante para poder se permitir namorar!
No dia de Santo Antônio, vem toda aquela reflexão sobre o casamento hoje em dia. De sua desvirtuação; homens e mulheres querem cada vez menos se unir por um laço formalmente matrimonial, no entanto os homoafetivos lutam muitas vezes no silêncio, algumas outras em barulhentas paradas, pelo direito de casarem. A crise do casamento é uma crise de afeto. Quinze casamentos em 25 anos de vida. Acho que li uma notícia similar de alguma estrela da TV. Elas e eles, tentam... tentam... tentam, mas não conseguem. Não conseguem manter por todos os anos o sentimento incendiado das primeiras horas. Simplesmente porque se esquecem, ou não sabem que o amor não vem pronto, e, pelo contrário, ele deve ser construído. Mas, em vez de por mãos à obra, ficamos esperando que algum empresário empreenda o amor e o venda enlatado, garantido todas as informações necessárias quanto ao modo de uso, data de validade, e que traga no rótulo todas as instruções ao consumidor.
Meus iguais, é passada a hora de percebermos que alimentamos um mundo vazio, justamente porque nos propomos muito pouco a refletir que rumo queremos dar a ele. Para não termos mais problemas ligamos o piloto automático. Justamente por isso, o nosso mundo é essa realidade artificial e automática! Por este motivo, tantas vítimas. Quando, cada um de nós, assumir a responsabilidade pelo mundo que temos, desligarmos o piloto-automático, quem sabe assim teremos um mundo mais humano.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

QUE MARAVILHOSO ABSURDO

Inprevisivelmente uma notícia surpreende o mundo. É como algo insonhável fosse paradoxalmente aquilo que, muitas vezes de uma forma imperceptível, todos queriam ouvir. E, como qualquer novidade deste quilate, abalou toda a sociedade mundial. Se, não tivesse acontecido duvidaria até de mim nessas linhas. Mas aconteceu. E o impressionante foi a rapidez como tudo se fez e como facilmente se tornou conhecida em todo o mundo, claro devemos muito, neste particular, as nossa elevadíssima tecnologia na área da telecomunicação, como também, não poderíamos olvidar, o grande interesse que essa notícia arrebatadora despertou na grande mídia. Um fato tão impensável, tão temível e tão inesperado não podia passar sem a devida atenção dos holofotes.
E, agora fico aqui a imaginar... Meu Deus como pode isso acontecer, justamente naquele momento, com aquelas pessoas, como? A mídia não falou...