terça-feira, 21 de julho de 2009

Siameses Opostos

A luta é constante
Conflitos sempre prontos para recomeçar
Pontos de atraso atraem a traição
Obriga, como se tudo tivesse escrito,
A persistir no erro da perdida geração

Dói-me ver o que é sagrado,
Sendo sangrado... conflito esculpido
O culpado desse mal
O terror... terrível rangido

Pra que terras sem amor?
Sem vizinhos... sem amor...
Pra que sonhos sem amor?
Para que o amor?
Maquinalmente sem amor

Somos todos iguais: corrompidos, presos e
destruídos
Nem tanto há motivos
Para insistirmos em ser enfermos
Por insistirmos em ser desunidos

Não é coragem atear fogo em si,
Queimar o mapa não é o caminho...

E, a chance com o fogo se vai
se existem chamas, matem-na!

Chamas, barulho, terror
E o vermelho sangue destaca
Chamas, barulho, terror!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

BRF-ASA Homenagem


Está é uma homenagem. Escrevo para homenagear dois amigos - ou melhor - eu disse amigos? Dois irmãos - calma, eu disse irmãos? - Dois anjos com personalidades singularmente intrigantes, imbricadas, intransponíveis, inigualáveis e inteiramente únicas. Falar deles sem sobressair uma lembrança embevecida de saudade é quase impossível, pensar nessas duas figuras é remontar em pensamento e em espírito a um tempo bom, um tempo suave, agradável e digno - pelo sentimento que comporta - de perfeição. - Dizer que eu adoro esses caras é chover no molhado. Porém, os seus jeitos divertidos e criativos não encantam só a mim, - mas a todos que podem ter a honra de contemplá-los. Contudo, além da admiração existe o respeito, o amor e as estórias que ligam essas nossas três vidas. Quando estamos juntos - e livres para sermos nós três -, sinto como se a felicidade fosse realmente possível, como se o que realmente importasse, naqueles instantes, fosse sermos realmente felizes...

E, as risadas? Quantas risadas!... - Não é verdade? - Já conheci muita gente engraçada, gente com senso de humor interessantíssimo, mas "besta" igual a gente eu nunca vi, "besta" igual a vocês, meus dois amigos, não existe! Existem os "doidos" que co-ajudam no show de vocês - no nosso show - ; mas "besta" mesmo, só a gente...
"Doido" é engraçado, porque faz coisas inesperáveis, mas "besta" só a gente que cria coisas inesperadas. Sou bastante feliz por conhecer vocês - desde o tempo do gorete e do cocete - das palhaçadas na sala de aula, das gravações de nossas resenhas, do tempo da Gameleira e da pimenta no Babalú . Agrada bastante a companhia de vocês, seja nas festas, nos babas, nas gincanas, nas viagens, no céu... - Ôh! No céu não, viajei aqui.
Pode parecer infantil essa homenagem, mas vocês, meus nobres amados amigos de verdade, fazem parte - e são a parte principal - da melhor parte da minha vida -; vocês completam uma parte necessária, uma parte insubstituível, uma parte inexplicável de mim... São partes do meu mais valioso tesouro: minhas sinceras amizades. Pena que nem sempre estamos próximos, e sabe como é: a distância nunca é plena, mas mata a alma e envenena! Ou quase isso... Vocês são incríveis, e eu sempre sonhei ser igual a vocês. Como é impossível, sonho em estar sempre próximo dos dois!
é impossível não sorrir - nem não se emocionar -, quando me lembro de vocês!



domingo, 12 de julho de 2009

Segredo


Quanto custa um segredo?
Por quanto tempo segredo ele pode ser?
Qual a recompensa de sua guarda?
Como garantir que vale a pena prevalecer?

A vergonha, ignomínia ou humilhação se revelado
Prende ao peito, ou meio da garganta, um misterioso peso
Pode, quem sabe, ser mais valioso o inconfidenciável
Se um dia, talvez, puder deixar de ser segredo?

O secreto tem o seu tempo de hospedagem
E todo tempo tem os seus segredos
Mas, não haveria no homem coragem
Se eternamente segredasse seus medos

Um mistério persiste na sua atuação impecável
Não sabendo eu talvez
Que por trás de sua timidez
Há um segredo inconfessável

No que vejo nas linhas do mundo,
Em tudo que procuro ler
Dessa vida-arte-absurdo
Faltar segredo, é o mesmo que ter!

sábado, 4 de julho de 2009

Salva-dor


Percebo um sentimento diferente quando sinto esses ares. É particularmente agradável estar aqui em Salvador, ter comigo esse quê de esconderijo, essa parte de mim tão íntima em meio a essa imensidão. Aqui eu sou mais aquele ser que a gente só é na intimidade. O peso das máscaras desaparece, o campo minado das relações passadas se transformam em um horizonte plano, onde posso correr, sentar, apreciar a paisagem, em fim aqui tenho mais liberdade!
Não, que eu não goste de minha cidade, do meu interior, interior que sempre muda, que dinamicamente se transforma, normalmente, porém não deixa de meu ser, não some seus estigmas, não desaparecem suas figuras fortes, pilares de uma personalidade em formação. E, assim sendo, é sempre difícil enfrentar tais padrões em pleno clima de reforma. É, estou em clima de reforma, procurando dentre os destroços algo para aproveitar, olhando para os exemplos tentando me inspirar, disposto a errar e colher acertos dos erros que virão.
E aqui em Salvador errar é mais fácil, não tenho, ainda, a pressão de sempre acertar. Talvez, isto seja o que de mais valioso aprendi, nesses últimos tempos: a vida não é um contínuo de acertos, mas sim a dinâmica do acertar e errar, tendo ambos o mesmo peso se soubermos aprender com os erros e acertos. Na vida, errar não é um ato nulo, diferente do que nossos professores, involuntariamente talvez, nos ensinam em suas avaliações. Aqui, nesses ares, o erro é aceitável. Lá, no colo de meu afeto, no trono de minha imagem mais idealizada, um erro causa muita dor, não só em mim.
Aqui no litoral a umidade faz fluir os sentimentos, olhando para o ar percebo suas diferenças, posso distingui-los, me ajuda a entendê-los. Eu adoro esse lugar, meu peito infla, minha áurea se torna mais livre. Um perigo, um delicioso perigo!
Gosto de me sentir assim, gosto tanto que conto para vocês aqui...