terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Homem do campo



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O homem do campo é um homem simples. Ele é a sua tradição é a cópia da simplicidade com que leva a vida, com que foi levado por todo o tempo. É simples nas atitudes, nos gostos, na educação.
O homem do campo ama simplesmente. Ama a terra, ama o animal. Ama seu cachorro. Ensina seus filhos com a mesma devoção que prepara sua terra. É fiel a seu cavalo, a sua honestidade e a sua religião. É um homem diferente igual a tantos que simplesmente vivem por ai.
O homem do campo é um forte. Nasce humildemente numa terra nua. Raramente vê a chuva. - O sertanejo simples. Tira sua mantença da força de seus braços e do suor de sua cara. Convive com a morte desde cedo. Sobrevive por sua força e preserva suas tradições. Mas vive, é forte. Sua força esta em suas origens.
O homem no campo não separa de suas origens nem no nome. É Flora de João Batista, Antônio de Dominga, Rosa de Leonardo, Atenor de Seu Gino, Zezim de Noratina e por ai vai...
No campo a vida é mais simples, mais perto da paz, mais próxima da felicidade...

domingo, 13 de dezembro de 2009

Na Linha do Tempo


Um ano de amadurecimento. Nunca pensei que pudesse mudar tanto em um ano, mudar ao ponto de ter a certeza de que antes não era a mesma pessoa que agora. Um ano de batalha. Nunca pensei que pudesse levar uma nova idéia tão à sério que não conseguisse, no agora, viver sem ela. Um ano de conquistas. É até difícil, imaginar sem essas mudanças, sem essas claras idéias que me fazem ser um ser diferente do que fui; um ser mais feliz; um ser com mais paz.
Já é tradicional postar, perto do novo ano, um texto sobre o ano que passou. Talvez, aproveitando um ímpeto comum, em todos, nessa época. E, só por ser algo comum a todos, ou quase todos, já vale a pena ser repetido - tanto que lutamos pela igualdade, é necessário, quando chances houver, colocarmos ela em prática.
O trabalho. Tirando o lado maligno do trabalho, representado pelo temido sistema que nos rege - que nos é interior, que nos alimenta e é por nós alimentado, criticado por muitos -, o trabalho é um exercício de conhecimento. É oportunidade de se tornar mais sociável, promover a auto-tolerância e a urbanidade, por em prova nossa moralidade, aprender a exercitar o poder - sem deixar ele nos corroer. Trabalhar é dignificar, no momento que enxergamos no nosso trabalho um fim social e no nosso relacionamento com o trabalho um fim moral, humano e digno. Mas do que o salário no fim do mês, a retribuição do trabalho é o esforço que traz a internalização de nossas obrigações, do respeito, da cordialidade e do coleguismo com nossos parceiros de profissão... O homem profissional, diferente do homem afetivo, diferente do homem recreativo é um homem que tem dentro de si suas obrigações...
Limites. A gente nasce para aprender limites. Pelo menos, as gentes como eu: livres de mais; que não enxergam obstáculos intransponíveis; que vive querendo voar e que voa querendo viver. Limites, para gentes como a gente, é um árduo aprendizado. Se a falta não os põe, o excesso encarrega de exteriorizá-los. Tenho que ser sincero: não gosto de limites. Mas, são necessários.
A sinceridade, falar dela me lembrou do quanto perdemos por não sermos mais sinceros. Não que seja uma atitude absoluta, que não mereça - limites -, mas deveria ser mais valorizada em nossa forma de viver atual. Das milhares de coisas maravilhosas que aprendi esse ano, dos tantos momentos únicos e inesquecíveis, dos companheiros e companheiras novos, antigos, recentes, dos que se afastaram, dos que se reaproximaram, nada é tão valioso quanto o poder do querer. Coisas maravilhosas acontecem quando mudamos para uma atitude ativa: coisas acontecem quando saímos da inércia.
Aprender a dar valor às coisas que você gosta. Pô cara, muitas coisas são difíceis de enfrentar, mas, se realmente nos faz bem, covardes seríamos se não enfrentássemos qualquer obstáculo por elas. Viver é mais fácil do que pintam... E, mais difícil do que sonham.
No fim, irei falar do meio, algo que alguém me disse, e talvez seja a coisa mais importante que ouvi esse ano. Aprender a cortejar o equilíbrio - parafraseando o Renato que encontrava o equilíbrio cortejando a insanidade - tem de ser um exercício constante. Não sei como você vai encontrar o seu equilíbrio, mas é fundamental encontrá-lo. O termo do meio - a equidade de Aristóteles... Talvez, em dadas situações, a melhor saída seja o caminho do meio...
Abraço para todos e que venha 2010!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

DO MENINO QUE FUI



De uma fronte que saltava aos olhos, magricela - o que induzia a velocidade -, esperto, bem miúdo – pés pequenos -, grandes olhos – verdes olhos -, meio que assustado, sonhando. Sonhando...
Não sei de quem peguei o respeito, mas novo como era – a cabeça a se formar - o respeito que tomara, tomou-me. Envolvido pelo respeito eu cresci. Mas, em mim, cercado pelo respeito, aumentava uma chama, uma lança de enfrentamento. Um calor me perturbava, e esse calor perguntava. Perguntava...
Eu via o que só eu via, talvez por isso o que só eu via, somente eu entendia. Às vezes, via à mais, por outras, de menos eu via. Via grandes florestas, onde só mato havia. Via a perfeição dos contos de fadas, onde o caos reinava. E, acreditava no que eu via – ou achava que via. Acreditava...
Uns diziam que era ladino, outras que era lindo, mas o adjetivo que mais me intrigava, era quando minha avó, do canto do olho me olhava, encabulada deflagrava: esse menino, ah! Como é surdino...!Para ela, eu jogava a pedra e escondia a mão. Dependendo da ótica, uma deslealdade ou um meio eficaz de defesa e adaptação. Adaptação...
Mainha sempre insistia para o estudo. Eu sempre reclamava: queta mainha, pra que tanto estudo?Ela, eu tenho que agradecer. O sentido da minha vida foi plantado nesses dias. O conhecer. O conhecer...
A infância é o maior tesouro que eu trago em mim. Meus valores – os maiores. Dos meus amigos – os melhores! Dos sonhos, os mais doces. Os mais doces...