domingo, 31 de janeiro de 2010

Página de uma vida


"Vamos nos permitir."



Uma vida em especial me preenche a existência. Uma vida pequena, cheia de vícios, mas que parece guiada para algo maior. Maior que as dores passageiras e até mesmo àquelas que parecem não passar... Uma vida maior que a fuga da ilusão, e a necessidade da fulga da razão não é maior. Uma vida tão cheia de detalhes – tão perfeitamente ligados; própria; simples; incomum; sem sentido para alguns, perfeitamente sentida por mim... Em tudo e em todos.
Onde começou? O porquê de ter começado? Eu não sei. Mas, aqui estou e nenhuma pílula, nem a vermelha, nem a azul, pode negar isso. Para onde vou? (...) Nem o silêncio depois de uma bomba, fruto de um turbilhão de pensamentos, pode afirmar com certeza. Provavelmente, primeiramente... Não sei mentir. Então calo, sem saber por onde ir.
Essa vida me deu tudo de bom que tenho e mostra, dia-dia, os obstáculos que impedem que seja bom tudo que eu tenho. Essa é a vida mais difícil de entender. Nessa, é difícil demais escolher... Mas, nem por isso, desisto de entendê-la, deixo de escolher, deixo de vivê-la!
Essa vida é até difícil de descrever. É como se olhasse uma paisagem, seus detalhes, seus traços marcantes, e percebesse que junto a meus pés a paisagem se misturasse ao meu corpo, formando uma coisa só...
Enquanto olhava para mãos, pernas, braços, espelho... Percebia que ela não acabava ali. Olhando no reflexo dos meus olhos eu vi um ser que gritava - emocionado - e dizia (o que ele dizia?): viva! Ele vivia...