domingo, 22 de junho de 2008

Por que não se entregar de cabeça em qualquer sentimento?

Porque todo sentimento é produto de uma inter-relação, logo a sua medida nem sempre coincide com a medida do próximo. Há a fase da idealização do outro, nessa fase nós profetizamos aquilo que não conhecemos. Completamos a personalidade do ser com aquilo que nós gostaríamos de ser, ou de ter. Essa é a fase mas perigosa, mas também há mais intensa de um relacionamento.
O tempo passa, e muitas ilusões ficam para trás. Toda ilusão desaparecerá um dia. Com material mais verossímil começa-se a ter uma visão diferente do outro, não é mais o herói, agora o outro é mais próximo de nós. Nesse ponto firma-se, ou não, um sentimento. Nesse instante é o momento para delinear com mais precisão o que sentimos, é a hora de nomear o sentimento: saber se é amor, se é amizade, se é atípico. Aqui é o momento da escolha. Todo sentimento é uma escolha, para seguir em frente, nesse momento, é inevitável a manifestação da vontade clara e livre de vícios.
Da certeza da escolha inicia-se a construção, nessa fase o sentimento dos dois começam a se tornar um só sentimento. É hora de maximizar a confiança, de enfrentar com bravura as provações, porque elas virão! Somente a partir da certeza de um sentimento, somado com as provações necessárias para o seu enraizamento é que se poderá então viver plenamente um senti-mento. Aqui não existe o jogar-se "de cabeça", nesse estágio navegamos com tranquilidade, por saber das curvas desse mar, de seus desvarios, de suas manhas.
Portanto, todo sentimento é construção, e toda construção pede cautela.

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