quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Olhe para ele...

Como ele foi ingênuo. Tudo que falava à ele, ele acreditava. Aliás, não! – Nem tudo. Ele – lembro bem – nunca aceitava elogios, dizia: - elogios estragam as pessoas, mas é bom ouvir - e sorria. Ah! Como ele sofreu por essa ingenuidade.
Lembro quando ele deixou de sair à noite, para a pracinha da cidade, porque lhe diziam – ou ele acreditou enxergar nos olhos alheios - que não era a altura do lugar. Ele acreditou, quando disseram para ele, que ele era feio e sem graça. Os elogios da família e de uma garota não bastavam. Pobre lindo garoto ingênuo, perdeu seu desabrochar por covardia.
E, - quando lhe disseram - que ele não era brilhante, que sua criatividade era medíocre e que as letras não combinavam com seus textos,  ele acreditou. E passou a só a ver ignorâncias suas – passou a cometer muitas brutalidades por acreditar ser limitado. Quanta ignorância por ingenuidade, se, ao menos, tivesse um pouco mais de experiência e percebesse o mundo a sua volta com mais segurança.
Ele conseguiu acreditar, por pura ingenuidade, que ela não o amava. Queria-a, mas não pode com seu lado estúpido que gritava, feito louco – ela não quer você, ela não quer você! – um ingênuo louco, só lhe sobrou as poesias e por fracas que eram o tempo o transformou em um poeta morto. Morto e ingênuo. A ingenuidade ele não perdeu.
Como ele foi ingênuo. Tudo, que falava a ele, ele acreditava... Tsc, tsc, tsc...

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