sexta-feira, 2 de maio de 2008

A PEDAGOGIA DA FELICIDADE


O dinheiro traz felicidade?
As pessoas ainda pensam que o dinheiro pode comprar a felicidade, isso porque, ligam a felicidade somente aos bens materiais, fenômeno comum da filosofia consumista vendida pela mídia e pela sociedade capitalista em geral. Ser feliz é possuir bens? Isso, ao contrário do que pregam as propagandas atuais, deve ser problematizado, e não aceitado como uma verdade absoluta.
Comprar, comprar, comprar, onde isso vai parar? Na verdade ai está o grande “X” da questão, não há um local seguro para se parar. O consumismo é uma via de mão única, se alguém confere a felicidade como sendo algo diretamente proporcional ao consumo, sempre haverá lugar para mais um produto na estante, e se não houver lugar, joga-se fora o desatualizado e compra-se o mais atual.
Sem dinheiro, no mundo atual, não tem como se viver. Concordo com a afirmativa, porém não posso concebê-la de forma absoluta. Dinheiro é importante numa sociedade que tem que promover sua segurança, defender sua saúde, desenvolver sua educação e seu conhecimento sem a ajuda efetiva de um Estado-promotor de bem estar social. Porém condicionar a felicidade a um salário alto é no mínimo restringir algo que em si é infinito. A felicidade é uma procura infinita por melhorar-se, mas não entendo essa infinitude como o prisma do consumo em massa. Antes, porém, como sendo o aprender constante, e conseqüente diminuição na quantidade de erros que geram tristezas. Sob essa perspectiva continua sendo uma busca infindável, contudo segura, porque embasada nos pressupostos da ética e da moral como um todo.
Aprender, aprender e aprender, ao contrário do consumir, tem o diferencial da correlação, pois o aprendizado é um processo dialético e bilateral, o ser humano muda-se constantemente e por isso promove a infinita reconstrução do mundo em sua volta. A felicidade é um caminhar em missão. Até mesmo numa situação hipotética para o nosso mundo, aquele que detivesse todo o conhecimento ainda teria uma missão a cumprir, transferir esse poder de ser feliz aos outros seres. Seria, para esse “conhecedor de tudo”, um teste para seus ideais, e para suas verdades, e no final também se converteria em aprendizado.
Ser feliz, para alguns pode ser a procura por acumulação de bens e produtos, porém não adianta essa pessoa possuir todo esse poder patrimonial e não ter as virtudes que levam o homem à paz. A pedagogia da felicidade vai prevalecer nesse processo, pois se não houver nesse acumulo material um mínimo de eticidade, de amor próprio e amor ao próximo esse processo de crescimento não trará a felicidade sonhada. Isso porque a segurança pretendida com o conforto é uma segurança externa, e a segurança interna só se encontra com a paz. A saúde que se pode deter com o acúmulo de bens é uma saúde instituição, não uma saúde estado, pois o verdadeiro bem-estar se produz com o bem viver da mente e do corpo, essa é a saúde que previne e não a saúde que remedeia. Nos mesmos moldes a educação. Esses pontos comuns são definidos de formas diferentes se encaramos o viver de formas diferentes.
Não se pode confundir saúde com hospital, como não se pode também restringir educação à escola, no meu entender tudo isso implica em processos bem mais amplos que redefinem toda a sua essência.
Aprender é viver. Saúde e viver bem. Viver em paz é ser feliz, essa é a pedagogia da felicidade.
Nota: essas linhas são reflexões a cerca da felicidade. De forma alguma pretendo apresentar uma receita para sermos felizes, sou tão limitado e tão humano quanto a todos, e ainda estou em processo de conhecimento do que seja realmente essa felicidade.

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