sábado, 28 de novembro de 2009

Hipnose


Sinto as luzes estimularem meus olhos, que fixos deslizam sem enxergar absolutamente nada. O pensamento, cavalo veloz, ganha asas e galopeia pelos planos transpostos nestas três dimensões do espaço. Agora, sou mil, mil e um soldados protegendo um único ideal: o ideal de ser um indivíduo.
Quanta amargura por não andar de mãos dadas. A vida é um estrada que faz andarmos por horizontes distantes. Se, nós nos esforçássemos mais em procurar objetos que estejam a altura de nossos olhos, sorriríamos mais conquistas e lamentaríamos menos com as dificuldades.
O pássaro sobe. Aumenta a altitude em cada batida de assas. Agora, está distante de qualquer olhar, mas ainda está sobre o mar, composto que reflete um azul. Agora ele está livre, mas algo que não depende de sua vontade faz-lo mergulhar no abismo rarefeito, acelerado pela gravidade vê o mar crescer sobre seus olhos.
Como o pássaro, sinto-me agora. Inseguro e assustado. A luz no fim do túnel mais parece uma locomotiva se aproximando. Sufoca-me como se uma corda enlaçasse meu pescoço. Um nervosismo inocente me desloca para um lugarejo que anula minha razão. Um estalo. Um choque de correntes estridente me traz a realidade e vejo as horas galoparem, como o meu pensamento; o peito me aperta. Os ponteiros não param de girar. Vejo que já não é hora de escrever. Deixo a caneta sobre o papel e não tenho tempo de reler o que eu vi.

Um comentário:

Anônimo disse...

minha cara !