quinta-feira, 24 de abril de 2008


O PODER DA VONTADE



Nos tempos atuais de indefinição humana não há como ter segurança. O homem nunca foi previsível, mas agora ele testa, de formas nunca vistas, os seus limites de criatividade. Acontece que essa criatividade nem sempre é benéfica ou imposta para um bem social. Viver criticamente passa ser uma experiência intrigante, relativa e perigosa.
O ser humano é inexato por natureza, a sue incompletude é o que faz ele ir a diante, é o buscar interminável para se compreender, a busca do fechar do ciclo e, então assim, poder regular e comandar seu próprio caminho. Nessa caminhada incessante o homem avançou as águas desconhecidas, caminhou por terras inabitadas, avançou para o espaço, e hoje o universo não parece mais um objeto singular. Filosofou, estudou, teorizou e profetizou tudo que estava a seu redor. Por essa busca, o fechar-se do ciclo, o homem se lançou para dentro de si, se conheceu anatomicamente, se encantou por sua mente, analisou comportamentos e definiu papéis para os seres inseridos em um meio social. Continuou filosofando, estudando, teorizando e profetizando sobre tudo que lhe perturbava a alma. O ser humano lutou tanto para chegar a conclusão que ele não tem capacidade de autodefinição, o homem é ilimitável, o homem é inconstante, inengessável!
Dessa premissa, ao mesmo tempo maravilhosa e atormentadora, decorre todo esforço humano atual: exercitar ao máximo sua criatividade frente ao mundo. Essa busca insaciável é o meio que o homem busca para dar sentido a seu existir. Não há limite para o buscar, não é necessário um objeto para se buscar, o caminhar se tornou fim em si mesmo. O homem inventa, reinventa e nega tudo que existe numa velocidade nunca antes percebida, o homem controla, destrói e constrói em proporções nunca sonhadas a um século atrás. A vida é uma linha constante de inseguranças.
Dessa insegurança surge o medo. Desse medo surge as catástrofes humanas, não é mais possível delimitar o poder do homem para praticar o bem, nem o mal. Definimos o bem como sendo algo aceitável e aproveitável para a sociedade, o bem em seu viés social, e o mal como sendo a negação do bem, a saber: as condutas inaceitáveis e que impede a harmonia da sociedade. O homem inseguro é um homem em pânico. Mas, não há como mudar essa perspectiva do risco e do inseguro na realidade atual, portanto o homem tem que mudar sua capacidade de autocompreensão e autocontrole. Por isso mesmo, viver criticamente passa a ser uma experiência intrigante, relativa e perigosa.
Os limites não existem, portanto o homem inseguro e livre é capaz de fazer tudo. Desde um ato heróico, um fato milagroso a um crime brutal fora de qualquer precedente psicopata. Nesse ponto se encaixa o poder da vontade, o homem pode ser um santo ou um demônio, amar ou odiar, viver ou morrer depende apenas da direção tomada pelo seu poder de decidir de acordo sua vontade. Por isso, a importância em tempos de crise de desenvolver o bem moral, ou seja, aquilo que se deve fazer para não prejudicar o próximo e que venha a somar algo de positivo para a sociedade. Esse é o objeto da Moral. O desenvolvimento da moralidade une as duas grandes propulsões epistemológicas humanas: o conhecer o mundo e o conhecer a si próprio. A moralidade é o elo de junção entre o mundo que existe fora de si e o mundo que as pessoas criam.
Nesses termos, podemos afirmar, que a indefinição humana despertou o ser humano para o progresso, aos poucos, descobriram q esse caminhar não tem fim. A problemática surgida para justificação da existência humana é suprida com o exercício criativo de sua liberdade. Deve-se guiar o poder da vontade através do desenvolvimento da Moral. Somente assim podemos encarar o desenvolvimento da moral como algo seguro para todos.

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